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quinta-feira, 1 de março de 2012

Venha apagar mais uma velinha comigo!!! Comemoro 35 aninhos de muito rancor!

Querido amigo,

Venha comemorar comigo!!! Hoje faz exatamente 35 anos que meus pais se separaram e eu fiquei arrasado!!!

O quê?! Você não acha um bom motivo para se comemorar?

Antes eu também não achava, mas entra ano e sai ano, entra uma nova terapia e sai a tal terapia, entra curso e sai curso e eu ainda continuo lembrando do fato "sentindo" mágoa, raiva e um monte de outros sentimentos angustiantes em meu peito.

Sentimentos que diminuiram bastante ao longo do tempo, é verdade, mas que ainda estão aqui quando eu me lembro do fato.

Então a quem eu quero enganar? A você? Não... Muito provavelmente a mim mesmo, achando que eu não sinto mais nada com relação ao meu passado.

Xiiiii, acho que isto é o tal do apego!!! Eu me apeguei tanto à minha história "sofrida" de vida que não consigo mais viver de forma diferente ("tuuuuuuudo o que eu passei na vidaaaaaaa..." -> por favor querido amigo, coloque um fundo musical de violinos e um cenário de filme "noir" em preto e branco enquanto eu digo estas palavras de forma bem carregada, tensa e séria).

Mas é possível sair desta energia?

SIM!!!!! Mas como?????

Dando atenção ao sentimento e não à história. Tente ouvir, sem julgamentos, a história sem se identificar com ela. Apenas perceba o sentimento que a tal história ainda gera no interloctor.

Da mesma forma que eu aumentei minha própria consciência de fatos da minha vida ouvindo histórias alheias, você também pode sair de algum fato do seu próprio passado ouvindo a minha história.

MAS O MAIS IMPORTANTE É: NÃO SE IDENTIFIQUE COMIGO OU COM A HISTÓRIA. COLOQUE SUA ATENÇÃO APENAS NO SENTIMENTO GERADO EM MIM.

Falar é fácil... Fazer isto é difícil... Adoro a frase "NA PRÁTICA, A TEORIA É DIFERENTE". Mas tudo na vida é um treino. E de treino em treino, atingimos as metas.

Eu só tive esta percepção na semana passada ao ouvir de uma garota de 65 anos (um verdadeiro "mulherão"; quem me dera eu fosse uns anos mais velhos...) que lembrou-se de quando passou no vestibular, em meados dos anos de 1960.

Ela contou que seus pais nunca a valorizavam (eu sei, eu sei, tudo é culpa dos pais...) e somente quando ela entrou na faculdade é que eles ficaram felizes e quiseram dar uma festa para comemorar.

"NÃO!!!!" disse ela, recordando o que falou aos pais. "Agora eu não quero festa nenhuma!!!!" orgulhou-se ela ao recordar e pude ver claramente a energia da raiva e do ressentimento estampadas em seu rosto e em suas palavras.

Isto foi há uns 47 anos... Então, dentro de 3 anos, comemoramos BODAS DE OURO para esta raiva!!!!!

Esta festa eu não posso perder!!!!! E você querido amigo enraivecido?!

Quais são suas raivas? Nenhuma!??! Ora, lembre-se de algum fato antigo e veja como se sente.

Calma, não quero que eu ou você viremos monges tibetanos com controle total e absoluto das emoções. Podemos nos lembrar de fatos desagradáveis e ficarmos incomodados, porém quando lembramos de algo ruim e damos uma boa risada disto, é sinal de que a energia ruim já se dissipou.

Ouvir a história dela (e poder ver a insanidade de tudo isto) me fez despertar para o fato de que estou com quase 44 anos levando em minha bagagem de vida muita "tranqueira" e pesos inúteis que, por vezes, me fazem parar na vida ou largar coisas boas que me aparecem. Não importa o fato em si e sim a história com a qual eu me identifico.

Portanto, minha proposta desta semana é:

O que você leva dentro de você que dá para comemorarmos ainda nos dias de hoje???

E o mais importante: o que você acha que não precisa mais levar consigo que não merece tanta "festinha" nem atenção assim?

Fico por aqui, mas espere pelo convite de minha amiga para irmos juntos às BODAS, ok?!

Um grande beijo no teu coração.

Um comentário:

  1. Sabe, Luiz, meus pais ainda estão vivos e comemoraram 61 anos de casados, no último dia 24/03. Todos acham isso lindo, mas eu adoraria que eles tivessem se separado, pois talvez, minha mãe tivesse tido uma chance de ser feliz (que ela não me ouça, pois desmentiria, gosta que os outros pensem que é feliz, mas não é, e não foi). Impossível ser feliz ao lado com o gênio dela, totalmente passivo. Nunca pode viver sua vida, viveu sempre a vida dele. Não significa nada para mim, ter meus pais juntos até hoje. Preferiria vê-los felizes. Casamento não tem que ser para o resto da vida. Tem que ser eterno, sim, mas somente enquanto dura. E os filhos precisam entender isso. Um abração! Saudade!

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